A palavra celulite é de origem francesa e foi introduzida na literatura por volta de 1923 por Alquier e Pavot. Celulite é o termo utilizado para definir uma condição de pele ondulada e localizada, comum na região posterolateral das coxas, glúteos e abdômen. Muitas vezes, é identificada na superfície da pele como uma covinha ou aparência de casca de laranja, como é comumente referenciada.
Figura: Celulite na região posterolateral das coxas.
Um fato interessante é que entre 85% e 98% das mulheres pós-púberes, considerando todas as raças, apresentam algum grau de celulite, sendo observada uma prevalência maior nas caucasianas. Os hormônios femininos contribuem para esse aumento de celulite a partir da puberdade.
De acordo com a literatura atual, a celulite é um fenômeno de origem fisiológica, característica do sexo feminino, multicausal associada a uma série de fatores que desencadeiam, perpetuam ou exacerbam a aparência. Os fatores que se destacam incluem, entre outros, a arquitetura do tecido conjuntivo, ação do estrogênio, idade, alterações microvasculares e algumas patologias genéticas ou com alterações hormonais características.
Figura: Ilustração de uma pele saudável e de uma com celulite (aumento do volume dos adipócitos com incremento dos arranjos de fibras de colágeno, formando uma espécie de rede).
A avaliação criteriosa e eficaz realizada pelo profissional, procurando determinar a etiologia e a fase histológica em que a afecção se encontra, é fundamental para determinar a escolha da melhor conduta, sendo assim decisiva para o sucesso da abordagem terapêutica.
A literatura recente nos mostra que a celulite pode ou não apresentar um caráter inflamatório e isso deve ser levado em consideração pelo profissional para que o tratamento atinja o resultado almejado. Essa avaliação é de extrema importância para o delineamento do protocolo de tratamento, que irá depender se a celulite do paciente é inflamatória ou fibroesclerótica.
Inicialmente é importante conceituar a palavra laser, que significa light amplification by stimulated emission of radiation, ou seja, “amplificação da luz por emissão estimulada de radiação”.
Sabe-se que o laser de baixa intensidade tem efeitos semelhantes a anti-inflamatórios não esteroidais, minimizando ou até mesmo cessando a concentração de prostaglandina ES2, ciclo-oxigenase 2 e histamina. Este processo está associado à inibição da cascata do ácido araquidônico em tecidos lesados, levando à diminuição da produção de PGE2. Estas respostas fisiológicas trazem, por consequência, mudança na produção de bradicinina e de muitos tipos de citocinas inflamatórias. Além disso, o aumento do fluxo sanguíneo local melhora a acidose e, simultaneamente, promove a liberação e remoção de substâncias relacionadas à dor.
A endermologia, semelhante à vacuoterapia, é um método não invasivo que teve origem na França no final da década de 70. Também denominado “palper roler” (palpar-rolar), é um recurso terapêutico que utiliza equipamentos específicos baseados na sucção, associados à mobilização tecidual realizada por rolos.
O termo endermologia, que significa abaixo da pele, representa um sistema que permite a aplicação de massagem de forma mais rápida e consistente no sistema tegumentar. O aparelho tem a capacidade de produzir uma mobilização profunda da pele e da tela subcutânea, permitindo um incremento na circulação sanguínea superficial, entre outras respostas fisiológicas.
Figura: Ilustração da endermologia no tecido.
O ultrassom tem a capacidade de diminuir perímetros corporais e a espessura de dobras cutâneas dos locais tratados. Pesquisas mostram que as ondas sonoras podem induzir lipólise externa do tecido adiposo subcutâneo, reduzindo os depósitos locais de gordura.
É um aparelho emissor de onda eletromagnética que gera calor por conversão. Com frequência compreendida entre 30 kHz e 300 MHz, a mais utilizada é entre 0,5 e 1,5 MHz. A radiofrequência é capaz de reduzir de forma acentuada os adipócitos da área tratada, pois eleva a temperatura na gordura subcutânea a 45-46 °C.
